28 de jan. de 2011

Memória e tecnologia

Na "era da informação", tecnologia e memória estão cada vez mais entrelaçadas. As ferramentas digitais possibilitam maior facilidade no acesso e na pesquisa de documentos. Através de sites e blogs, diversas instituições de memória divulgam seu trabalho e disponibilizam informações sobre seus acervos. É neste contexto, que listamos abaixo os endereços digitais das principais instituições do Rio Grande do Sul e do Brasil.

No Rio Grande do Sul:

Museu de Porto Alegre Joaquim José Felizardo

Arquivo Histórico Municipal de Santa Maria

Arquivo Histórico Municipal de Caxias do Sul

Museu e Arquivo Histórico de Panambi

No Brasil:

Arquivo Público do Rio Grande do Sul

Arquivo Público Mineiro


Arquivo Histórico de São Paulo

Arquivo Nacional

20 de jan. de 2011

Afinal,quem é o pesquisador do Arquivo Histórico de Porto Alegre?




Esta é uma pergunta constante da equipe do Arquivo Histórico de Porto Alegre: quem é e o que procura o pesquisador? É provável que a recíproca também seja verdadeira. Afinal, qual é a função do Arquivo Histórico? Refletindo sobre a Instituição, constatamos que a guarda e a conservação dos documentos não são fins em si mesmos; só fazem sentido se houver livre acesso ao acervo, um direito legal e legítimo do cidadão. No entanto, para construir a universalização do atendimento, é imprescindível conhecer a comunidade.

O Programa de Educação Patrimonial, de existência consolidada, promove a formação de público, desde a infância, através de atividades lúdicas, até os adultos, nas visitas guiadas. Este Programa abre portas e constrói pontes entre o Arquivo e instituições educacionais, com efeito multiplicador na comunidade.

Ao fundo, as novidades: estantes deslizantes e ar condicionado

Por outro lado, temos o público específico da pesquisa. Grande parte é de estudantes universitários, da graduação, do mestrado e do doutorado. Muitos conhecem o Arquivo por indicação dos professores e buscam documentos para suas pesquisas acadêmicas. É importante que isso ocorra, mas um arquivo histórico não deve se restringir a essas demandas. A história de Porto Alegre, contada pelos documentos, é patrimônio de todos. O conhecimento do passado lança luzes sobre os fatos presentes, dando-lhes sentido através das narrativas individuais e coletivas.

Talvez movidos pela necessidade de conhecer esse passado, as origens familiares e sociais, aproximam-se atualmente do Arquivo, para conhecê-lo fisicamente e pesquisar a memória da Cidade, pessoas sem ligação com universidades ou escolas. São famílias à procura de seus ascendentes, profissionais de diversas áreas buscando informações sobre temas diversos. Se lermos com atenção as fichas de cadastro de 2010, encontraremos, de forma difusa, médicos, artistas de diversas áreas, donas de casa, técnicos de nível médio, comerciários, administradores e profissionais de outras áreas, formando um grupo heterogêneo que já tem peso social como pesquisador independente. Este segmento tende a se ampliar, como resultado do Programa de Educação Patrimonial, da curiosidade natural dos moradores da região, da divulgação informal e de outras influências.

Conhecer esse pesquisador é conhecer a comunidade porto-alegrense que busca suas referências neste espaço de memória voltado à identidade local.

13 de jan. de 2011

Estágio em educação patrimonial - a experiência com mitos e lendas

Todo o semestre, o Arquivo Histórico de Porto Alegre oferece vagas para o desenvolvimento do estágio curricular em educação patrimonial. Neste contexto, o estudante de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Helio Antonio Rossi de Castro escolheu o Arquivo para realizar seu estágio. Postamos hoje o relato sobre sua experiência. Confira também o artigo acadêmico escrito por ele sobre as atividades desenvolvidas.


As lendas e mitos brasileiros e o ensino de História.

Desde o ensino médio eu gostava muito de História. Era a época áurea da ditadura militar e gostar de História não era muito fácil. Fiz o curso de Medicina entre 1975 e 1980. Em 1992, passei a desempenhar as atividades de médico ginecologista e obstetra em Unidade Básica de Saúde da Prefeitura. Desde então, o grupo de trabalho vem procurando valorizar as atividades de saúde preventiva através da organização de grupos de mulheres, de adolescentes e de gestantes. Tem-se cada vez mais constatado que a educação e a saúde são dimensões indissociáveis da condição humana. A conversa em grupo diz respeito às dúvidas, aos mitos, às superstições, aos problemas conjugais, familiares e sociais...

Nesse contexto foi possível perceber a importância da consciência histórica, do quanto o ponto de vista histórico ajuda a entender e agir sobre a realidade, da relevância em entender e valorizar as tradições, mas ao mesmo tempo questioná-las e transformá-las. Passar do senso comum para o bom senso. Nesse processo, educação, história e saúde se encontram.
Entrei na História da UFRGS em 2006. Sempre que possível tenho inserido em nossos grupos do posto de saúde algum conhecimento antropológico, sociológico ou histórico.

A oportunidade de participar como estagiário do curso de História nas oficinas de Educação Patrimonial no Arquivo Histórico Moysés Vellinho, especificamente para crianças do ensino fundamental, fez-me reativar algumas idéias - já trabalhadas através da minha atividade em saúde pública, ou seja, uma visão mais abrangente das dimensões da realidade.
Através da oficina Seres da Natureza apresentam-se a natureza (as árvores), os prédios do arquivo, os documentos e figuras mitológicas (Saci, Curupira e Boitatá). A inter-relação entre tais dimensões da realidade consubstancia a visão holística desenvolvida pelo pessoal do arquivo.

A partir de tal experiência foi escrito um artigo para a Disciplina de Educação Patrimonial. Nele relaciono o significado dos mitos do ponto de vista histórico - com base nas idéias de Giambatista Vico, as teorias sobre o desenvolvimento infantil de Lev Vygotsky e conhecimentos teóricos de Educação Patrimonial. A essência de minha argumentação é que a experiência com mitos serve de base para o próprio ensino de história, principalmente para crianças do ensino fundamental.

Helio Antonio Rossi de Castro

7 de jan. de 2011

Araújo Vianna

Araújo (Vida, Carmela, doença, Olinta, Auditório)
 

© 2009AHPAMV | by TNB